O que é o Perispírito
Perispírito é o nome dado por Allan Kardec ao elo de
ligação entre o Espírito e o corpo físico. Quando o Espírito está desencarnado,
é o perispírito que lhe serve como meio de manifestação. É o que o Apóstolo
Paulo chamava de corpo espiritual (I Coríntios, XV,44).
135. Há no homem alguma outra coisa além da
alma e do corpo?
“Há o laço
que liga a alma ao corpo.”
a) - De que natureza é esse laço?
“Semimaterial, isto é, de natureza intermédia entre o
Espírito e o corpo. É preciso que seja assim para que os dois se possam
comunicar um com o outro. Por meio desse laço é que o Espírito atua sobre a
matéria e reciprocamente.”
O homem é,
portanto, formado de três partes essenciais:
1º - o corpo
ou ser material, análogo ao dos animais e animado pelo mesmo princípio vital;
2º - a alma,
Espírito encarnado que tem no corpo a sua habitação;
3º - o
princípio intermediário, ou perispírito,
substância semimaterial que serve de primeiro envoltório ao Espírito e liga a
alma ao corpo. Tais, num fruto, o gérmen, o perisperma e a casca.
O Livro dos Espíritos |
Do que é feito
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Havendo
no universo três elementos básicos: Deus, Espírito e Matéria, a Doutrina
Espírita denomina de Fluido Universal a matéria elementar que serve para a
criação de todas as outras. Tanto a matéria que conhecemos na Terra (pedra, ar,
água, nossos corpos e tudo o que existe), quanto a matéria do Plano Espiritual
(que forma as cidades, colônias, o perispírito, o fluido que emitimos pelo
passe) são feitos de Fluido Universal. Essa única matéria básica transforma-se
em todas as outras conforme atua nela o pensamento divino ou dos próprios
Espíritos.
Um
exemplo para compreendermos essas transformações é o fato de um único elemento
químico, o Carbono, transformar-se em diamante ou carvão, que são duas coisas
completamente diferentes, apenas alterando-se as ligações moleculares entre os
átomos de carbono.
Assim,
o perispírito é feito de uma das transformações do Fluido Universal que existe
em torno do planeta onde o Espírito deve encarnar.
94. De onde tira o Espírito o seu invólucro
semimaterial?
“Do fluido
universal de cada globo, razão por que não é idêntico em todos os mundos.
Passando de um mundo a outro, o Espírito muda de envoltório, como mudais de
roupa.”
a) - Assim, quando os Espíritos que habitam
mundos superiores vêm ao nosso meio, tomam um perispírito mais grosseiro?
“É
necessário que se revistam da vossa matéria, já o dissemos.”
O Livro dos Espíritos
186. Haverá mundos onde o Espírito, deixando de
revestir corpos materiais, só tenha por envoltório o perispírito?
“Há e mesmo
esse envoltório se torna tão etéreo que para vós é como se não existisse.
Esse o estado dos Espíritos puros.”
a) - Parece resultar daí que, entre o estado
correspondente às últimas encarnações e o de Espírito puro, não há linha
divisória perfeitamente demarcada; não?
“Semelhante
demarcação não existe. A diferença entre um e outro estado se vai apagando
pouco a pouco e acaba por ser imperceptível, tal qual se dá com a noite às
primeiras claridades do alvorecer.”
187. A substância do perispírito é a mesma em
todos os mundos?
“Não; é mais
ou menos etérea. Passando de um mundo a outro, o Espírito se reveste da
matéria própria desse outro, operando-se, porém, essa mudança com a rapidez
do relâmpago.”
O Livro dos Espíritos
10. - A camada de fluidos espirituais que cerca a
Terra se pode comparar às camadas inferiores da atmosfera, mais pesadas, mais
compactas, menos puras, do que as camadas superiores. Não são homogêneos
esses fluidos; são uma mistura de moléculas de diversas qualidades, entre as
quais necessariamente se encontram. as moléculas elementares que lhes formam
a base, porém mais ou menos alteradas. Os efeitos que esses fluidos produzem
estarão na razão da soma das partes puras que eles encerram. Tal, por
comparação, o álcool retificado, ou misturado, em diferentes proporções, com
água ou outras substâncias: seu peso específico aumenta, por efeito dessa
mistura, ao mesmo tempo que sua força e sua inflamabilidade diminuem, embora
no todo continue a haver álcool puro.
Os Espíritos chamados a viver naquele meio tiram
dele seus perispíritos; porém, conforme seja mais ou menos depurado o
Espírito, seu perispírito se formará das partes mais puras ou das mais
grosseiras do fluido peculiar ao mundo onde ele encarna. O Espírito produz
aí, sempre por comparação e não por assimilação, o efeito de um reativo
químico que atrai a si as moléculas que a sua natureza pode assimilar.
Resulta disso este fato capital: a constituição
íntima do perispírito não é idêntica em todos os Espíritos encarnados ou
desencarnados que povoam a Terra ou o espaço que a circunda. O mesmo já não
se dá com o corpo carnal, que, como foi demonstrado, se forma dos mesmos
elementos, qualquer que seja a superioridade ou a inferioridade do Espírito.
Por isso, em todos, são os mesmos os efeitos que o corpo produz, semelhantes
as necessidades, ao passo que diferem em tudo o que respeita ao perispírito.
Também resulta que: o envoltório
perispirítico de um Espírito se modifica com o progresso moral que este
realiza em cada encarnação, embora ele encarne no mesmo meio; que os
Espíritos superiores, encarnando excepcionalmente, em missão, num mundo
inferior, têm perispírito menos grosseiro do que o dos indígenas desse mundo.
A Gênese, Capítulo XIV
56. Ele tem
a forma humana e, quando nos aparece, é geralmente com a que revestia o
Espírito na condição de encarnado. Daí se poderia supor que o perispírito,
separado de todas as partes do corpo, se modela, de certa maneira, por este e
lhe conserva o tipo; entretanto, não parece que seja assim. Com pequenas
diferenças quanto às particularidades e exceção feita das modificações
orgânicas exigidas pelo meio em o qual o ser tem que viver, a forma humana se
nos depara entre os habitantes de todos os globos. Pelo menos, é o que dizem
os Espíritos. Essa igualmente a forma de todos os Espíritos não encarnados,
que só têm o perispírito; a com que, em todos os tempos, se representaram os
anjos, ou Espíritos puros. Devemos concluir de tudo isto que a forma humana é
a forma tipo de todos os seres humanos, seja qual for o grau de evolução em
que se achem. Mas a matéria sutil do perispírito não possui a tenacidade, nem
a rigidez da matéria compacta do corpo; é, se assim nos podemos exprimir, flexível
e expansível, donde resulta que a forma que toma, conquanto decalcada na do
corpo, não é absoluta, amolga-se à vontade do Espírito, que lhe pode dar a
aparência que entenda, ao passo que o invólucro sólido lhe oferece invencível
resistência.
Livre desse obstáculo que o
comprimia, o perispírito se dilata ou contrai, se transforma: presta-se, numa
palavra, a todas as metamorfoses, de acordo com a vontade que sobre ele atua.
Por efeito dessa propriedade do seu envoltório fluídico, é que o Espírito que
quer dar-se a conhecer pode, em sendo necessário, tomar a aparência exata que
tinha quando vivo, até mesmo com os acidentes corporais que possam constituir
sinais para o reconhecerem.
O Livro dos Médiuns |
Para que serve
Quando o Espírito está encarnado, o perispírito
serve como elo de ligação entre o Espírito e o corpo. Desencarnado, o
perispírito faz o papel de corpo com o qual o Espírito se manifesta.
284. Como podem os Espíritos, não tendo corpo,
comprovar suas individualidades e distinguir-se dos outros seres espirituais
que os rodeiam?
“Comprovam
suas individualidades pelo perispírito, que os torna distinguíveis uns dos
outros, como faz o corpo entre os homens.”
O Livro dos Espíritos |
Em qualquer caso, é através do perispírito que o
Espírito, ser imaterial, recebe as sensações do ambiente ou nele atua.
Durante a vida, o corpo recebe
impressões exteriores e as transmite ao Espírito por intermédio do
perispírito, que constitui, provavelmente, o que se chama fluido nervoso. Uma
vez morto, o corpo nada mais sente, por já não haver nele Espírito, nem
perispírito. Este, desprendido do corpo, experimenta a sensação, porém, como
já não lhe chega por um conduto limitado, ela se lhe torna geral. Ora, não
sendo o perispírito, realmente, mais do que simples agente de transmissão,
pois que no Espírito é que está a consciência, lógico será deduzir-se que, se
pudesse existir perispírito sem Espírito, aquele nada sentiria, exatamente
como um corpo que morreu. Do mesmo modo, se o Espírito não tivesse
perispírito, seria inacessível a toda e qualquer sensação dolorosa. É o que
se dá com os Espíritos completamente purificados. Sabemos que quanto mais
eles se purificam, tanto mais etérea se torna a essência do perispírito,
donde se segue que a influência material diminui à medida que o Espírito
progride, isto é, à medida que o próprio perispírito se torna menos
grosseiro.
Parte da questão
257 de O Livro dos Espíritos, Ensaio teórico da sensação nos
Espíritos
|
Ainda na questão 257, Allan Kardec nos explica que,
quando encarnados, percebemos o mundo através de nossos sentidos, que estão
circunscritos em alguns órgãos: a visão pelos olhos, a audição pelos ouvidos, o
tato pela pele e assim por diante. Os Espíritos ainda apegados à matéria, ao
desencarnarem, continuam percebendo o plano espiritual pelos órgãos do
perispírito, não por necessidade, mas por condicionamento. À medida em que
evoluem, podem perceber tudo ao redor de si por todo o seu perispírito, sem
precisarem de um órgão, e pelo mesmo motivo podem ver e ouvir a qualquer
distância ou ler os pensamentos, conforme a sua vontade.
O perispírito é ainda a chave para a compreensão dos
fenômenos mediúnicos, especialmente os chamados de efeitos físicos, como os de
materializações (quando o perispírito dos mortos pode tornar-se visível ou
tangível), de bicorporeidade (quando um indivíduo encarnado parece estar em
dois lugares ao mesmo tempo), de transporte de objetos, de transfiguração (um
médium toma a aparência do espírito que se comunica) e de curas.
Transporte e materialização de objetos
13ª Como
trazes o objeto? Será segurando-o com as mãos?
"Não;
envolvo-o em mim mesmo."
NOTA DE ERASTO. A resposta não explica de modo claro a
operação. Ele não envolve o objeto com a sua própria personalidade; mas, como
o seu fluido pessoal é dilatável, combina uma parte desse fluido com o fluido
animalizado do médium e é nesta combinação que oculta e transporta o objeto
que escolheu para transportar. Ele, pois, não exprime com justeza o fato,
dizendo que envolve em si o objeto.
14ª Trazes com
a mesma facilidade um objeto de peso considerável, de 50 quilos por exemplo?
"O peso
nada é para nós. Trazemos flores, porque agrada mais do que um volume
pesado."
NOTA DE
ERASTO. É exato. Pode trazer objetos de cem ou duzentos quilos, por isso que
a gravidade, existente para vós, é anulada para os Espíritos. Mas, ainda
aqui, ele não percebe bem o que se passa, A massa dos fluidos combinados é
proporcional à dos objetos. Numa palavra, a força deve estar em proporção com
a resistência; donde se segue que, se o Espírito apenas traz uma flor ou um
objeto leve, é muitas vezes porque não encontra no médium, ou em si mesmo, os
elementos necessários para um esforço mais considerável.
18ª Como
conseguiste outro dia introduzir aqueles objetos, estando fechado o aposento?
"Fi-los
entrar comigo, envoltos, por assim dizer, na minha substância. Nada mais
posso dizer, por não ser explicável o fato."
19ª Como
fizeste para tornar visíveis estes objetos que, um momento antes, eram
invisíveis?
"Tirei
a matéria que os envolvia."
NOTA DE
ERASTO. O que os envolve não é matéria propriamente dita, mas um fluido
tirado, metade, do perispírito do médium e, metade, do Espírito que opera.
20ª (A Erasto) Pode um objeto ser
trazido a um lugar inteiramente fechado?
Numa
palavra: pode o Espírito espiritualizar um objeto material, de maneira que se
torne capaz de penetrar a matéria?
"É
complexa esta questão. O Espírito pode tornar invisíveis, porém, não
penetráveis, os objetos que ele transporte; não pode quebrar a agregação da
matéria, porque seria a destruição do objeto. Tornando este invisível, o
Espírito o pode transportar quando queira e não o libertar senão no momento
oportuno, para fazê-lo aparecer. De modo diverso se passam as coisas, com
relação aos que compomos. Como nestes só introduzimos os elementos da
matéria, como esses elementos são essencialmente penetráveis e, ainda, como
nós mesmos penetramos e atravessamos os corpos mais condensados, com a mesma
facilidade com que os raios sol ares atravessam uma placa de vidro, podemos
perfeitamente dizer que introduzimos o objeto num lugar que esteja
hermeticamente fechado, mas isso somente neste caso.
Itens da questão 99 de O Livro dos MédiunsMaterialização de Espíritos
105. Por sua natureza e em seu estado normal, o
perispírito é invisível e tem isto de comum com uma imensidade de fluidos que
sabemos existir, sem que, entretanto, jamais os tenhamos visto. Mas, também,
do mesmo modo que alguns desses fluidos, pode ele sofrer modificações que o
tornem perceptível à vista, quer por meio de uma espécie de condensação, quer
por meio de uma mudança na disposição de suas moléculas. Aparece-nos então
sob uma forma vaporosa.
A
condensação (preciso é que não se tome esta palavra na sua significação
literal; empregamo-la apenas por falta de outra e a título de comparação), a
condensação, dizemos, pode ser tal que o perispírito adquira as propriedades
de um corpo sólido e tangível, conservando, porém, a possibilidade de retomar
instantaneamente seu estado etéreo e invisível. Podemos apreender esse
efeito, atentando no vapor, que passa do de invisibilidade ao estado brumoso,
depois ao estado líquido, em seguida ao sólido e vice-versa.
Esses
diferentes estados do perispírito resultam da vontade do Espírito e não de
uma causa física exterior, como se dá com os nossos gases. Quando o Espírito
nos aparece, é que pôs o seu perispírito no estado próprio a torná-lo
visível. Mas, para isso, não basta a sua vontade, porquanto a modificação do
perispírito se opera mediante sua combinação com o fluido peculiar ao médium.
Ora, esta combinação nem sempre é possível, o que explica não ser
generalizada a visibilidade dos Espíritos. Assim, não basta que o Espírito
queira mostrar-se; não basta tão pouco que uma pessoa queira vêlo; é
necessário que os dois fluidos possam combinar-se, que entre eles haja uma
espécie de afinidade e também, porventura, que a emissão do fluido da pessoa
seja suficientemente abundante para operar a transformação do perispírito e,
provavelmente, que se verifiquem ainda outras condições que desconhecemos. E
necessário, enfim, que o Espírito tenha a permissão de se fazer visível a tal
pessoa, o que nem sempre lhe é concedido, ou só o é em certas circunstâncias,
por motivos que não podemos apreciar.
O Livro dos MédiunsBicorporeidade
119. ...Isolado do corpo, o Espírito
de um vivo pode, como o de um morto, mostrar-se com todas as aparências da
realidade. Demais, pelas mesmas causas que temos exposto, pode adquirir
momentânea tangibilidade. Este fenômeno, conhecido pelo nome de bicorporeidade, foi que deu início
às histórias de homens duplos, isto é, de indivíduos cuja presença simultânea
em dois lugares diferentes se chegou a comprovar.
O Livro dos MédiunsTransfiguração
123. A
transfiguração, em certos casos, pode originar-se de uma simples contração
muscular, capaz de dar à fisionomia expressão muito diferente da habitual, ao
ponto de tornar quase irreconhecível a pessoa. Temo-lo observado
freqüentemente com alguns sonâmbulos; mas, nesse caso, a transformação não é
radical. Uma mulher poderá parecer jovem ou velha, bela ou feia, mas será
sempre uma mulher e, sobretudo, seu peso não aumentará, nem diminuirá. No
fenômeno com que nos ocupamos, há mais alguma coisa. A teoria do perispírito
nos vai esclarecer.
Está, em
princípio, admitido que o Espírito pode dar ao seu perispírito todas as
aparências; que, mediante uma modificação na disposição molecular, pode
dar-lhe a visibilidade, a tangibilidade e, conseguintemente, a opacidade; que o perispírito de uma
pessoa viva, isolado do corpo, é passível das mesmas transformações; que essa
mudança de estado se opera pela combinação dos fluidos. Figuremos agora o
perispírito de uma pessoa viva, não isolado, mas irradiando-se em volta do
corpo, de maneira a envolvê-lo numa espécie de vapor. Nesse estado, passível
se torna das mesmas modificações de que o seria, se o corpo estivesse
separado. Perdendo ele a sua transparência, o corpo pode desaparecer,
tornar-se invisível, ficar velado, como se mergulhado numa bruma. Poderá
então o perispírito mudar de aspecto, fazer-se brilhante, se tal for a
vontade do Espírito e se este dispuser de poder para tanto. Um outro
Espírito, combinando seus fluidos com os do primeiro, poderá, a essa
combinação de fluidos, imprimir a aparência que lhe é própria, de tal sorte,
que o corpo real desapareça sob o envoltório fluídico exterior, cuja
aparência pode variar à vontade do Espírito. Esta parece ser a verdadeira
causa do estranho fenômeno e raro, cumpra se diga, da transfiguração.
Quanto à diferença de peso,
explica-se da mesma maneira por que se explica com relação aos corpos
inertes. O peso intrínseco do corpo não variou, pois que não aumentou nele a
quantidade de matéria. Sofreu, porém, a influência de um agente exterior, que
lhe pode aumentar ou diminuir o peso relativo, conforme explicamos nas
questões 78 e seguintes. Provável é, portanto, que, se a transformação se
produzir, tomando a pessoa o aspecto de uma criança, o peso diminua
proporcionalmente.
O Livro dos MédiunsOs Passes
O pensamento do encarnado atua sobre os fluidos espirituais,
como o dos desencarnados, e se transmite de Espírito a Espírito pelas mesmas
vias e, conforme seja bom ou mau, saneia ou vicia os fluidos ambientes.
Desde que estes se modificam pela projeção dos pensamentos
do Espírito, seu invólucro perispirítico, que é parte constituinte do seu ser
e que recebe de modo direto e permanente a impressão de seus pensamentos, há
de, ainda mais, guardar a de suas qualidades boas ou más. Os fluidos viciados
pelos eflúvios dos maus Espíritos podem depurar-se pelo afastamento destes,
cujos perispíritos, porém, serão sempre os mesmos, enquanto o Espírito não se
modificar por si próprio.
Sendo o perispírito dos encarnados de natureza idêntica à
dos fluidos espirituais, ele os assimila com facilidade, como uma esponja se
embebe de um líquido. Esses fluidos exercem sobre o perispírito uma ação
tanto mais direta, quanto, por sua expansão e sua irradiação, o perispírito
com eles se confunde.
Atuando esses fluidos sobre o perispírito, este, a seu
turno, reage sobre o organismo material com que se acha em contato molecular.
Se os fluidos são de boa natureza, o corpo ressente uma impressão salutar; se
são maus, a impressão é penosa. Se são permanentes e enérgicos, os fluidos
maus podem ocasionar desordens físicas; não é outra a causa de certas
enfermidades.
Os meios onde superabundam os maus Espíritos são, pois,
impregnados de maus fluidos que o encarnado absorve pelos poros
perispiríticos, como absorve pelos poros do corpo os miasmas pestilenciais.
Parte da questão 18 de A Gênese, capítulo XIV |
Os “poros perispiríticos” acima citados também são
chamados no movimento espírita de “chacras” ou “centros de força”, sendo um
total de sete. São eles:
-
Coronário:
situado no topo da cabeça, voltado para cima como uma coroa, está associado com
o cérebro e o sistema nervoso. Liga-se também com a glândula pineal e é
bastante usado para absorver os fluidos;
-
Frontal:
situa-se no meio da testa, entre as sobrancelhas. É o chamado terceiro olho,
terceira visão e está estreitamente ligado à vontade, ao animismo, à
clarividência, clariaudiência;
-
Laringo:
na região da garganta. Atua no processo de comunicação das pessoas, controla
a garganta o pescoço, os braços e as mãos e liga-se à glândula tireóide;
-
Cardio:
vitaliza o coração os pulmões, plexo cardíaco e sistema circulatório. Influi
na emotividade da pessoa;
-
Esplênico:
encontra-se na área do baço, sua função é selecionar e distribuir as energias
vitalizadoras pelos órgãos do corpo;
-
Umbilico: na região umbilical,
ligado ao pâncreas, intestino, estômago e fígado;
-
Sexo:
entre o ânus e os órgão sexuais, recebe as energias através dos chacras
plantares (na sola dos pés).
|
Os
comentários sobre estes “centros” estão em obras acessórias, escritas, por
exemplo, pelo espírito André Luiz.
31. - Como se há visto, o fluido universal é o elemento
primitivo do corpo carnal e do perispírito, os quais são simples
transformações dele. Pela identidade da sua natureza, esse fluido, condensado
no perispírito, pode fornecer princípios reparadores ao corpo; o Espírito, encarnado
ou desencarnado, é o agente propulsor que infiltra num corpo deteriorado uma
parte da substância do seu envoltório fluídico. A cura se opera mediante a
substituição de uma molécula malsã por uma molécula sã. O poder curativo
estará, pois, na razão direta da pureza da substância inoculada; mas, depende
também da energia da vontade que, quanto maior for, tanto mais abundante
emissão fluídica provocará e tanto maior força de penetração dará ao fluido.
Depende ainda das intenções daquele que deseje realizar a cura, seja homem ou
Espírito. Os fluidos que emanam de uma fonte impura são quais substâncias
medicamentosas alteradas.
32. - São extremamente variados os efeitos da ação
fluídica sobre os doentes, de acordo com as circunstâncias. Algumas vezes é
lenta e reclama tratamento prolongado, como no magnetismo ordinário; doutras
vezes é rápida, como uma corrente elétrica. Há pessoas dotadas de tal poder,
que operam curas instantâneas nalguns doentes, por meio apenas da imposição
das mãos, ou, até, exclusivamente por ato da vontade Entre os dois pólos
extremos dessa faculdade, há infinitos matizes. Todas as curas desse gênero
são variedades do magnetismo e só diferem pela intensidade e pela rapidez da
ação. O princípio é sempre o mesmo: o fluido, a desempenhar o papel de agente
terapêutico e cujo efeito se acha subordinado à sua qualidade e a
circunstâncias especiais.
33. - A ação magnética pode produzir-se de muitas
maneiras:
1º pelo próprio fluido do magnetizador; é o magnetismo
propriamente dito, ou magnetismo humano, cuja ação se acha adstrita à força
e, sobretudo, à qualidade do fluido;
2º pelo fluido dos Espíritos, atuando diretamente e sem
intermediário sobre um encarnado, seja para o curar ou acalmar um sofrimento,
seja para provocar o sono sonambúlico espontâneo, seja para exercer sobre o
indivíduo uma influência física ou moral qualquer. É o magnetismo espiritual,
cuja qualidade está na razão direta das qualidades do Espírito;
3º pelos fluidos que os Espíritos derramam sobre o
magnetizador, que serve de veículo para esse derramamento. É o magnetismo
misto, semiespiritual, ou, se o preferirem, humano-espiritual. Combinado com
o fluido humano, o fluido espiritual lhe imprime qualidades de que ele
carece. Em tais circunstâncias, o concurso dos Espíritos é amiúde espontâneo,
porém, no mais das vezes, provocado por um apelo do magnetizador.
34. - É muito comum a faculdade de curar pela influência
fluídica e pode desenvolver-se por meio do exercício; mas, a de curar
instantaneamente, pela imposição das mãos, essa é mais rara e o seu grau
máximo se deve considerar excepcional. No entanto, em épocas diversas e no
seio de quase todos os povos, surgiram indivíduos que a possuíam em grau
eminente. Nestes últimos tempos, apareceram muitos exemplos notáveis, cuja
autenticidade não sofre contestação. Uma vez que as curas desse gênero
assentam num princípio natural e que o poder de operá-las não constitui
privilégio, o que se segue é que elas não se operam fora da Natureza e que só
são miraculosas na aparência.
A Gênese, capítulo XIV
FONTE: http://www.espiritismo.org
OUTRAS FONTES PARA MAIS INFORMAÇÕES:http://www.espirito.org.br/portal/artigos/diversos/perispirito/perispirito-um-elemento.html
http://www.espirito.org.br/portal/artigos/diversos/perispirito/o-perispirito-ou-corpo-astral.html
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